[Bruno] dando início então as entrevistas de acessibilidade, vamos conversar com a Cláudia para entender um pouquinho mais sobre a visão dela desse tema que a gente tanto gosta. Clau conta para nós, como você conheceu acessibilidade, o que que ela representa na sua vida hoje?
[Cláudia] legal, bom eu trabalho já com web a bastante tempo, desde 99. E a mais ou menos 8 anos atrás eu fui convidada por um amigo que é cego, para criar o site da empresa dele como voluntária e na época eu conhecia bem pouco assim de acessibilidade, mas já tinha o desejo muito grande de trabalhar com isso então eu Acabei aceitando o desafio e junto com a equipe da empresa nós construímos o site deles, que acabou chegando como um dos top 5 na primeira premiação de acessibilidade web que teve aqui no Brasil promovida pelo w3c. E esse foi um sucesso totalmente inesperado para nós, né? A gente ficou tão feliz que a gente resolveu criar um projeto, que nós chamamos de Acesso Para Todos. Para justamente oferecer a criação de sites com acessibilidade também para outras empresas.
E para mim hoje é impensável criar um site para qualquer cliente ou uma ambiente digital sem pensar acessibilidade, porque ela melhora o conforto de uso, a facilidade de uso dos sistemas, das páginas e para todo mundo, né? Eu vejo os meus pais por exemplo, eles já tem mais de 70 anos e eu vejo a dificuldade que eles têm às vezes de usar os sites, de realizar coisas na internet, de usar serviços online. Então para mim é uma questão fundamental.
[Bruno] E pensando agora nos usuários, você acha que falta algum tipo de trabalho no sentido de conscientizar eles da importância que tem eles cobrarem acessibilidade Que eles têm direito? Que isso poderia impactar de alguma forma em melhorar o cotidiano, Melhorar a qualidade de vida no aspecto digital? O que que você pensa sobre isso.
[Cláudia] Sim, com certeza, eu acho que conscientização é a palavra-chave do momento. Inclusive a gente tem feito esse trabalho, o que eu acho que é importante assim não só para as empresas, os desenvolvedores aprenderem sobre esse assunto, mas para os próprios usuários com deficiência de entenderem os direitos que eles têm né, que eles também se em poderem de cobrar essa acessibilidade junto as empresas que eles costumam utilizar o serviço. Acho que a conscientização é importante para todos os lados.
[Bruno] E pensando agora naquelas empresas que querem contratar um serviço de acessibilidade. Seja uma consultoria de testes, ou seja a construção mesmo de um aplicativo, enfim de um produto ou um serviço tornar ele acessível. A gente sabe que hoje no mercado tá surgindo muitas empresas e profissionais falando que faz acessibilidade, né? E que dica que a gente poderia dá, uma dica prática para executivos, gestores, empresários, na hora que forem contratar essas pessoas terem certeza que são pessoas que realmente vão entregar uma acessibilidade que vai agregar valor para aquele produto ou serviço que ele quer tornar acessível?
[Cláudia] eu acho que a empresa tem que conversar com o fornecedor, né? Para ter certeza de que caminho que eles seguem para tornar esses sites acessíveis. Então primeiro saber se esse fornecedor segue diretrizes reconhecidas, né, isso é um ponto. É muito importante a participação de pessoas com deficiência dentro das equipes que fazem o projeto, desde o início, desde a criação da lógica do projeto, o desenvolvimento do projeto até a implantação do projeto e a manutenção desse projeto no final também.
Agora se as pessoas quiserem realmente se inteirar desse assunto, Existem algumas verificações rápidas que você pode fazer. Falando nisso, assim eu vou até colocar aqui uma dica para vocês, de uma palestra que eu dei que ela fala justamente sobre isso. É uma Palestra Gratuita na internet, qualquer um pode acessar. Eu vou deixar o link aqui com vocês, ela foi desenvolvida em parceria com a Hand Talk, então ela tá acessível a partir do portal deles, mas é justamente uma palestra onde eu falo sobre o checklist básico de acessibilidade, para que você possa verificar alguns pontos de uma maneira fácil e rápida, e ter certeza de que teve uma preocupação com a acessibilidade naquele ambiente web. E a gente deixou inclusive um formulário que você pode preencher informações, gerar o relatório e enviar para equipe para que ela tenha aquilo em mãos, e com isso possa trabalhar em cima dessa acessibilidade.
Bom pessoal, e chegamos naquela parte dos artigos e notícias e materiais de acessibilidade. E vocês acharam que a Clau estaria com a gente somente na entrevista? Não, Ela separou alguns artigos muito interessantes para trazer e compartilhar também com a comunidade do AceCast.
[Bruno] Clau conta um pouquinho para gente sobre esse primeiro antigo
[Cláudia] bom Bruno. Na verdade o primeiro não é bem um antigo, é um material. Eu gosto dos materiais todos do nic.br do W3C, porque eles levam acessibilidade muito a sério, né? Acessibilidade é um pilar deles. E esse ano nós tivemos um evento inédito chamado todos na web que foi um evento online para debater os desafios da acessibilidade na web e esse evento está todo disponível na internet no canal do Nike no YouTube.
A palestra de abertura foi sobre as inovações da acessibilidade que o Google vem desenvolvendo, e essa palestra Foi incrível assim para mim pelo menos porque ela me abriu a mente fez pensar muitas coisas. Inclusive me fez pensar que quando a gente pensa em acessibilidade no projeto a gente acaba desenvolvendo novas formas de fazer as coisas que podem trazer impacto para todas as pessoas e melhorar a tecnologia como um todo. Acessibilidade ela pode impulsionar inovações na própria tecnologia, então achei muito legal. Acho que vale a pena assistir.
[Cláudia] Um segundo site assim, não é nem um artigo, mas ele é quase do tamanho de um artigo que é um site sobre design inclusivo, ele fala do conceito de design inclusivo de todos os tópicos, né, para você criar um design que seja para todas as pessoas. Esse site ele foi criado por um grupo de pessoas bastante envolvidas com acessibilidade, incluindo dentre essas pessoas a Léonie Watson que ela é uma engenheira de acessibilidade muito legal, e ela trabalha também na W3C.
Esse site original, ele tá em inglês, e se chama Inclusive Design Principles Mas ele foi traduzido para o português também pelo Marcelo Sales que é uma pessoa bastante engajada com acessibilidade no Brasil também.
Esse Conceito ele é bastante baseado no conceito de desenho Universal, mas para mim assim desenho Universal, design inclusivo, é tudo design, sabe? Porque eu acho que um bom design ele é aquele que serve para todas as pessoas, e ajuda todas as pessoas, é pra todo mundo.
[Bruno] E essa é a parte do AceCast onde a gente comenta as curiosidades e dúvidas do mundo da acessibilidade. E hoje eu separei duas dúvidas para comentar com vocês, então vamos lá!
O primeiro assunto que eu trouxe hoje, a primeira dúvida é em relação as ferramentas para testes de acessibilidade a nível de código, aquelas ferramentas tipo AXE. A pessoa me perguntou se elas são válidas e se podem ser consideradas como únicas durante o teste de acessibilidade.
Eu acredito que essas ferramentas são muito úteis, eu tenho que elas facilitam muito no sentido que sim, você pode conseguir um nível de erros vamos dizer assim, bem menor quando você chega realmente na fase de testar aquela aplicação. Só que se você depender somente delas, muitos itens de acessibilidade vão acabar sendo não testados, que são itens que depende realmente da subjetividade do analista. Então essas ferramentas ajudam? Ajudam muito, até mesmo o próprio analista quando a gente está falando de falhas como ids duplicados em um código de 3.000 linhas, e coisas do gênero, porém Eles são um complemento ao fluxo de teste e não a única que Deve ser considerada para o teste de acessibilidade.
E é muito importante ter isso em mente e lembrar que sim, acessibilidade é feita para pessoas e não para máquinas, né? Então se foi feita para pessoas, nós temos que ter pessoas ali também para estar avaliando.
O segundo item é com relação à descrição de imagens. A pergunta foi: quando descrever uma imagem? Pra essa questão, a WCAG Ela já tem a regra 1.1.1, que Fala especificamente sobre esses itens de imagens. É uma regra um pouquinho complexa, que ela tem vários aspectos, mas falando de uma forma bem resumida é só você olhar o conteúdo em volta daquela imagem, ela tem alguma relevância para a compreensão do conteúdo? Se sim, ela não é uma imagem decorativa. Se não, ela está ali simplesmente como uma figura, alguma coisa que se ela tivesse ou não tivesse o conteúdo não seria impactado em absolutamente nada, Então ela é uma imagem decorativa.
E aí cabe um ponto de atenção muito interessante, existem muitas imagens que são colocadas principalmente em peças de marketing, para ilustrar, para dar um sentido para aquela peça, e nesse caso essas imagens são consideradas como não decorativas. Porque a partir do momento que você coloca uma imagem, uma propaganda para despertar sentidos Vamos dizer assim em umas pessoas, ela tem uma funcionalidade. Ela tem um porquê estar ali. então ela também tem que ser descrita para as pessoas com deficiência.
E é muito interessante para você fazer essa análise, também perguntar para pessoas com deficiência, Olha o conteúdo é esse e tem uma imagem assim o que você considera? Porque a opinião deles com certeza vai ser muito rica, e muito mais efetiva, para de fato você entender se aquela imagem ali tem ou não que ser descrita
[Bruno] Bom pessoal, chegamos no final de mais um episódio do AceCast, o seu podcast de acessibilidade que traz conteúdo da comunidade para a comunidade. E agradeço muito Clau
[Cláudia] Eu que agradeço muito, obrigada mesmo pelo convite e sucesso para você e para o seu portal.
[Bruno]Fica com a gente, continua seguindo aí no Spotify, no Google podcast, no Apple podcast e vamos compartilhar esse conteúdo com mais pessoas para gente continuar Semeando a acessibilidade entre o pessoal, entre a comunidade de T.I.
E lembrando se você quiser compartilhar artigos, notícias, materiais que você escreveu ou que você encontrou pela internet, que é legal com a comunidade pelo AceCast, chama a gente nas redes sociais @AceCastOPodcast repetindo @AceCastOPodcast. Até mais e vamos Acessibilizar!